Voltando pra casa do
serviço em passos apertados, com uma chuva fina, as mãos congeladas no fundo do
bolso e nas orelhas os velhos fones, olho pra luz amarela do poste. Como é
bonito ver os pingos fracos dançando com o vento. É poético. Tudo muda quando começa
a nossa música naquela praça antiga; imagino que estou na cena de um filme e
tento atuar melhor. O ritmo do coração e dos passos mudam, os olhos se fecham
no refrão e nem sei mais onde estou.